Gêneros mais comuns de Plantas Carnívoras

Cephalotus
Este gênero contém uma única espécie, o C. follicularis, nativo de uma pequena região do sudoeste australiano, aonde cresce em áreas costeiras e constantemente alagadas.
Cultivo: pode ser cultivada sob luz solar indireta, e dessa forma, as plantas crescerão maiores, porém com jarros esverdeados. Sob luz solar direta, os jarros ficam menores, mas obtêm uma bela coloração avermelhada. Mantenha alto o teor de umidade (se não tiverem umidade suficiente, as "tampas" dos "jarros" fecharão, na tentativa de manter o líquido em seu interior) mas não deixe os vasos sobre pratos cheios de água, pois as raízes podem apodrecer. Seu crescimento é lento e deve ser plantado em vasos grandes, pois os rizomas crescerão mais, possibilitando a propagação por divisão.
Dionaea
Há somente uma espécie nesse gênero, a D. muscipula, nativa de pântanos da planície costeira dos estados da Carolina do Sul e Carolina do Norte (EUA). Embora sua extensão na natureza seja bem pequena, é a planta carnívora mais famosa e mais comum em cultivo!
Hoje são comuns em cultivo os cultivares de Dios, como por exemplo "B52", "Akai Ryu", "Alien", "Sawtooth" e tantos outros. Uma informação importante: um cultivar só pode ser produzido através de clonagem ou seja, reprodução assexuada (leaf cutting ou divisão de rizoma). Sementes de Dionaea, mesmo que a planta matriz seja um cultivar, não dão origem a cultivares!
Cultivo: deve ser cultivada sob sol pleno! Quanto mais luz receber, mais saudável e avermelhada a planta será. O solo deve ser mantido constantemente úmido porém aconselha-se não deixar encharcado (afogado) pois pode causar o apodrecimento das raízes e do rizoma. Esta espécie entra em dormência nos meses mais frios do ano. Na verdade, o fator que de fato influencia a entrada da planta em estado de dormência é a diminuição do fotoperíodo que acontece justamente no inverno (aliado a queda de temperatura). Com a chegada da dormência, as novas folhas ficam bastante reduzidas em tamanho, e o crescimento pode parar por completo. Cuidado para não descartar o vasinho achando que a planta morreu! Ela só está descansando e na primavera ela volta a crescer, as novas armadilhas são cada vez maiores, e a planta forma uma haste floral. Normalmente recomenda-se cortar a haste floral antes que ela se desenvolva, pois drena muita energia da planta, enfraquecendo-a e podendo até levar a muda a morte.


Drosera
Contando com mais de 200 espécies catalogadas, é um dos gêneros mais diversos de plantas carnívoras, sendo encontradas em todos os continentes do mundo (exceto Antártica)! Com tamanha diversidade, vários subgrupos podem ser listados como: Droseras pigméias; complexo petiolaris; tuberosas; de clima temperado; clima tropical e entre outras.
Possuem armadilhas do tipo adesivas, onde as folhas são cobertas de tentáculos secretores de mucilagem. O inseto, ao ser atraído pelo odor doce e/ou efeito visual da mucilagem, fica preso. Ao tentar escapar, se debate e encosta em mais tentáculos, o que torna praticamente impossível fugir. A digestão se dá a partir de enzimas secretadas pelos próprios tentáculos na folha.
Cultivo: com tamanha diversidade, nem todas as espécies apreciam as mesmas condições de cultivo, porém, as espécies mais comuns como D. intermedia ou D. burmannii, o cultivo é simples, basta sol da manhã ou até mesmo o dia todo e substrato sempre úmido! Um fator muito importante é proteger (o máximo que possível) sua planta de ventos fortes e constantes pois isso poderá atrapalhar seu crescimento.
Genlisea
Gênero um tanto quanto incomum em cultivo, possui cerca de 30 espécies catalogadas. Têm muitas características em comum com Utricularia: podem ser terrestres ou aquáticas, as "armadilhas" (folhas modificadas), são subterrâneas (ou submersas), as folhas crescem rente ao solo, normalmente em roseta e não há raízes verdadeiras.
A parte ornamental são as flores, que podem variar em tons de branco, amarelo e até cores mais vibrantes como lilás e roxo escuro.
Cultivo: tente começar por espécies mais fáceis como a G. hispidula, tolera sol direto, substrato encharcado e não possui tanta exigência com umidade alta. Outras espécies podem ser um desafio e tanto para se cultivar, são plantas frágeis e com habitats peculiares, nem sempre sendo possível reproduzi-los em cultivo.


Heliamphora
Pequeno gênero de plantas carnívoras nativo dos Tepuis da América Latina, assemelham-se a Sarracenias porém com diferenças, como por exemplo a ausência de uma tampa que proteja a entrada de água da chuva, na verdade, a própria estrutura da armadilha é adaptada a escoar o excesso de água que pode ser acumulado.
Cultivo: plantas de cultivo considerado difícil uma vez que necessitam de sol direto, porém não suportam calor ou frio extremo. Umidade deve ser sempre mantida alta caso queira cultivar esse gênero. Prefira começar com espécies como H. minor ou o híbrido
H. heterodoxa x minor, pois são mais fáceis de se cultivar.
Nepenthes
Gênero muito comum em cultivo, possui mais de 150 espécies catalogadas e centenas de híbridos naturais ou artificiais. A armadilha, um clássico jarro, se abre já possuindo líquido digestivo com enzimas capazes de digerir insetos ou detritos (algumas espécies são consideradas parcialmente detritívoras pois em seu cardápio estão fezes e excrementos de animais).
Cultivo: apreciam luz solar direta da manhã ou o dia todo filtrado por um sombrite, não são plantas de sombra! Cultivar na ausência de luz fará com que a planta deixe de produzir os jarros. Outro fator importante é a umidade do ar que deve ser mantida acima dos 60%. Espécies como N. graciliflora ou N. maxima são fáceis de se cultivar e indicadas para hobbystas iniciantes.


Pinguicula
Com mais de 70 espécies catalogadas, sua distribuição é mundial, sendo que a maioria das espécies são oriundas das Américas, Europa e Ásia. As espécies de clima temperado entram em dormência, através de um hibernáculo enquanto espécies mexicanas produzem folhas mais carnudas (adaptação ao estresse hídrico) no inverno. As flores são extremamente coloridas e diversas, sendo um atrativo ornamental aos cultivadores de plantas carnívoras.
Possui um sistema de captura de insetos bem parecido com o das Droseras, através de folhas com mucilagem, os insetos fica presos e digeridos através da folha.
Cultivo: prefira começar com espécies mexicanas como a P. gigantea, P. esseriana ou o híbrido P. x "Aphrodite" pois são de fácil cultivo e estas apreciam boa iluminação, porém não sol direto. Se possível mantenha em meia sombra ou com sol filtrado através de sombrite. Apreciam substratos mais minerais e não tão encharcados! Afogar sua planta pode resultar no apodrecimento das raízes, prefira cultivar sem pratinho de água por baixo e regando algumas vezes na semana.
Sarracenia
Originárias da América do Norte (EUA e Canadá), são encontradas em pântanos, sobre água corrente, expostas à luz solar o dia todo, já que tais locais não apresentam vegetação densa e alta. A armadilha, assemelha-se a um tubo, onde os insetos, atraídos pelo néctar secretado na entrada do tubo, entram (ou caem) e não consegue escalar de volta pela presença de cerdas no sentido contrário a entrada.
Cultivo: gênero considerado de cultivo fácil, adaptaram-se bastante bem ao clima brasileiro. Os híbridos (muitos) são de cultivo ainda mais fácil. Forneça luz solar direta, o dia inteiro (menos luz fará com que as folhas fiquem fracas, pendentes, e esticadas). Mantenha um prato cheio de água embaixo do vaso todos os dias, exceto no inverno (quando é necessário que o prato fique seco por alguns dias antes de ser enchido novamente). Plantas deste gênero não são muito exigentes quanto à umidade do ar. Temperaturas baixas também não representam problema, sendo elas capazes de suportar até mesmo geadas. No inverno, a planta entrará em dormência, as folhas poderão secar e morrer (não tente protegê-las de temperaturas baixas, já que a dormência é necessária). Algumas espécies formam folhas especiais no inverno (chamadas de filódia), estas não são carnívoras e possuem apenas função fotossintética.


Utricularia
Gênero mais diverso de Plantas Carnívoras, são hoje cerca de 230 espécies catalogadas, habitando todos os continentes com exceção da Antártica. Podem ser do tipo: terrestres, aquáticas ou ainda epífitas. Suas armadilhas, pequenas bolsas (utrículos), aprisionam e digerem micro-organismos presentes do substrato. Dessa forma, a beleza do gênero não está nas armadilhas e sim nas flores que variam muito em formas, tamanhos e cores!
Cultivo: dada tamanha diversidade, cada espécie possui sua peculiaridade em cultivo, no geral as espécies U. sandersonii, U. graminifolia, U. longifolia e entre outras terrestres são comuns em cultivo e indicadas para hobbystas iniciantes. Cultive em substrato sempre úmido ou encharcado e sob luz da manhã ou o dia todo usando tela sombrite.
Utricularias aquáticas são de difícil cultivo, apenas U. gibba possui um cultivo relativamente fácil e pode ser mantida nas bandejas de vasos.
Utricularias epífitas são de cultivo mais complexo, devem ser mantidas em alta umidade e no inverno entram em dormência, logo deve ocorrer um controle de regas. A espécie epífita de cultivo mais fácil é a U. alpina.